
Mónica Garrido

- Qual é o seu cargo na BNZ?
Atualmente, sou responsável de HSSEQ (Segurança e Saúde, Qualidade e Meio-Ambiente), o que consiste em velar pelo cumprimento dos requisitos legais em todos os países onde a BNZ tem presença com os seus projetos: Itália, Espanha e Portugal. Assim como definir e implementar as estratégias corporativas nestas áreas.
- Há quanto tempo trabalha no setor das energias renováveis?
Estive 15 anos envolvida em projetos no setor da energia, engenharia aplicada e construção e, durante os últimos três anos, estive inteiramente dedicada às energias renováveis.
- Como mudou a indústria solar nestes últimos anos?
Nestes últimos anos, a energia solar registou um forte crescimento, especialmente no sul da Europa. Acredito que isto se deve a que cada vez há mais atores sensibilizados, especialmente cidadãos e entidades públicas, sobre a importância de descarbonizar a nossa economia e impulsionar a transição energética. Nestes últimos anos, também ganhámos maior consciência sobre a área da segurança e saúde que cada vez recebe a importância e prioridade que merece em cada uma das fases dos projetos.
- Quais são os principais desafios para a indústria solar nos próximos anos?
Os principais desafios que identifico para a indústria solar, nos próximos anos, estão, sem dúvida, relacionados com a sensibilização por parte dos cidadãos em relação às energias renováveis. Ainda que tenhamos avançado muito neste sentido, ainda temos um longo caminho a percorrer. Falta que as entidades públicas apostem ainda mais nas renováveis.
- E no longo prazo?
Confio que a área do meio ambiente, segurança e saúde ganhe toda a importância que merece pois, ao fim e ao cabo, estamos a falar da vida das pessoas e do que vai ficar para os nossos filhos. Sem dúvida que fará falta que, como sociedade, entendamos a incidência que têm a segurança e a saúde, não apenas no desenvolvimento de projetos de energias renováveis, mas também no nosso dia-a-dia.
- O que tem a BNZ que os concorrentes não têm?
Existe um compromisso real com a área de HSSEQ, fazemos as coisas por convicção e não por obrigação. Procuramos sempre que as ações compensatórias e os projetos sejam acordados com a administração local ou associações de moradores e procuramos passar o nosso compromisso e a sensibilidade com as comunidades através de ações sociais ou meio ambientais. Podemos resumir dizendo que procuramos ter uma sensibilidade em todos os sentidos quando desenvolvemos um projeto solar.
- Como vês a BNZ em 5 anos?
Combinamos uma equipa relativamente jovem, com experiência e muita proatividade. Acredito que a ilusão, o compromisso com o projeto, a coesão e a integração da equipa serão os ingredientes perfeitos para que a BNZ explore todo o seu potencial no futuro.
Em cinco anos, imagino a BNZ como uma empresa consolidada e com vários parques solares em exploração. Espero que possamos demonstrar tudo o que estamos a fazer e posicionar-nos como ponta de lança no setor das renováveis, não apenas a nível externo e no desenvolvimento de projetos, mas também de portas para dentro: políticas e medidas que demonstram um verdadeiro compromisso com o talento.
- Que países estão a fazer maiores esforços pela energia fotovoltaica?
Na Europa, estamos a ver como a Alemanha, por exemplo, está a liderar a transição energética e alberga a maior capacidade fotovoltaica apesar de não reunir as condições climatéricas mais idóneas.
- O que pediria às entidades públicas para promover este tipo de energias limpas?
Em linhas gerais, que as entidades públicas ganhem mais consciência e haja uma maior sensibilização dos benefícios das energias renováveis e da importância da segurança e saúde. E facilitem, na medida do possível, os procedimentos administrativos.
- E aos cidadãos?
Devemos ganhar ainda mais consciência sobre o uso das energias renováveis e sobre o impacto da segurança e saúde no nosso dia-a-dia.
- O que faz no seu dia-a-dia para reduzir a pegada de carbono?
Vivo nos arredores de Madrid e, sempre que vou ao centro, tento utilizar o transporte público. Além disso, se vou com tempo suficiente também gosto de caminhar pelos sítios e desfrutar da cidade. Costumo caminhar cerca de uma hora por dia na minha deslocação de casa ao escritório.
Insisto muito na reciclagem e tento consciencializar o meu círculo mais próximo sobre a importância de reciclar. Além disso, sempre que vou às compras utilizo sacos recicláveis e uso o aquecimento e ar condicionado quando é realmente necessário.
Em profundidade
- Um passatempo: Viajar de mochila com “trekking” incluído e ir a concertos: sou muito festivaleira
- Uma cidade para viajar: É um país maravilhoso que ainda não está viciado pelo turismo e as pessoas são incríveis.
- Uma cidade para viver: adoro Madrid e adoro viver aqui mas, se alguma vez tivesse de mudar de residência, iria para Cádiz, sem dúvida.
- Um animal:
- Um filme ou uma série: sou muito fã dos filmes dos anos 80 e, sem dúvida, de todos eles escolho o “E.T.”. Algo mais recente, gostei muito do “Jojo Rabbit”
- Um livro: “Slam”, de Nick Hornby.
- Um tipo de cozinha: A asiática, especialmente a autêntica que se cozinha em postos e mercados de rua.
- Uma personagem histórica: A Rainha Isabel II. Tudo o que viveu não creio que o volte a ver algum ser humano.
- Uma cor: